No Rio, militares comemoram golpe de 64, e manifestantes protestam



Por Rafael Gomes

Centenas de manifestantes se reuniram no Centro do Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira, 29 de março, em uma manifestação contra a comemoração do 48º aniversário do golpe militar de 1964, que foi realizado no Clube Militar, na Cinelândia.

Dentro do Clube aconteceu o debate "1964 ? A verdade", com a participação de militares da reserva contrários à Comissão da Verdade, 'gorilas de pijama saudosos do regime militar', como bem definiram os manifestantes.

Estavam presentes na manifestação diversas organizações, ativistas do movimento popular e familiares de desaparecidos políticos.

A entrada principal do Clube Militar foi bloqueada pelos manifestantes. Cada militar que chegava ao evento era recebido com as palavras de ordem "torturador", "assassino" e "covarde", e só conseguia circular sob escolta da PM.

Durante o protesto iniciou-se uma confusão e a polícia, assim como na época do regime militar, reprimiu os manifestantes. O estudante de ciências sociais, Antônio Canha, de 20 anos, foi atingido por uma descarga elétrica de uma pistola taser. A tropa de choque foi acionada se manteve a postos para defender os militares.

Os manifestantes derramaram tinta vermelha na calçada do Clube Militar, representando o sangue dos lutadores do povo derramado nos porões do regime militar fascista. Ovos foram atirados contra o edifício e um cartaz com a foto de um torturador foi queimado.

Quando alguns militares começaram a deixar o Clube, o clima ficou tenso. Um manifestante foi detido e levado ao camburão. No momento em que o jovem foi levado pela polícia, várias pessoas tentaram impedir sua prisão, cercando o veículo. Então a PM, covardemente, utilizou spray de pimenta para dispersar o ato. Os manifestantes bloquearam a Avenida Rio Branco por alguns minutos e os policiais atiraram bombas de efeito moral, ferindo a manifestante Miriam Caetano, 33 anos.


Fonte do texto: A Nova Democracia

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