Milhares celebram retirada de tropas norte-americanas em Falluja

Soldados iraquianos assistem à comemoração pela saída das tropas americanas em Falluja, a 50 km de Bagdá, nesta quarta  (Foto: Mohanned Faisal / Reuters)

Iraquianos queimaram bandeiras dos Estados Unidos, agitaram cartazes e lotaram as ruas de Falluja, no oeste do Iraque, para celebrar a retirada das tropas norte-americanas que invadiram o país atrás das riquezas do petróleo.

Falluja, de maioria sunita, já foi um exemplo extraordinário da resistência iraquiana à prepotência e ao poderio bélico ianques. Nela se registraram algumas das mais violentas batalhas em quase nove anos de guerra, vencida parcialmente graças ao uso de tecnologias criminosas como bombas de baixa radioatividade. Milhares de moradores que tiveram pais, filhos, mães e parentes mortos em combate ou simplesmente assassinados pelos bandos de terroristas e criminosos dos Estados Unidos, fortemente armados e cinicamente respaldados por organismos internacionais e midiáticos (que agiram como cúmplices dos crimes de guerra praticados pela horda de zumbis-assassinos norte-americanos), participaram de uma passeata levando cartazes com os dizeres "Falluja, cidade da resistência" e fotos de moradores exterminados pelos invasores.

"As celebrações marcam um dia histórico para a cidade de Falluja, e devemos lembrar com orgulho dos mártires que sacrificaram seu sangue por esta cidade", disse Dhabi al-Arsan, vice-governador da província de Anbar, dirigindo-se à multidão.

Os combatentes da insurgência iraquiana fizeram de Falluja a sua base ao longo do conflito, e em 2004 a cidade registrou duas batalhas importantes. Forças dos EUA usaram a força bruta, incluindo tanques, caças e helicópteros, para esmagar a resistência, em combates que deixaram milhares de mortos e dezenas de milhares de desabrigados.

"Estou contente por ver os norte-americanos deixando o Iraque. Só agora sentimos realmente o gosto da liberdade e da independência", disse o taxista Ahmed Jassim, de 30 anos, agitando uma bandeira iraquiana. "Não vamos mais ver as forças norte-americanas. Elas nos evocam conflito e destruição."

Depois de chegar a ter cerca de 170 mil soldados no país, os EUA hoje mantêm apenas cerca de 5.500, que devem sair até o final do mês. Só um pequeno contingente de instrutores civis e cerca de 200 adidos militares devem permanecer.

Muitos iraquianos aguardam com alívio e esperança o fim da ocupação, apesar do temor de recrudescimento da violência sectária. Em geral, a violência já diminuiu bem desde o auge do conflito entre sunitas e xiitas, mas atentados e assassinatos continuam sendo comuns.

"Depois que os norte-americanos saírem, queremos ver um Iraque unido, não queremos disputas", disse o clérigo sunita Hameed Jadou à multidão. "Quem diz que se trata de um iraquiano sunita, xiita, curdo ou turcomeno está usando termos trazidos pelo ocupante."

Fonte: Reuters 

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