ADEUS, ROMEU TUMA, AGENTE DA REAÇÃO
Sérgio Fleury, Henrique Perrone e Romeu Tuma: Policiais do DOPS
Não é do nosso gosto gastar tinta com esbirros da reação. Mas às vezes, quando morre um agente da contrarrevolução, não é demais revelar seus crimes contra o povo.
No dia 26 de outubro morreu um desses elementos dos quais o povo brasileiro nunca gostaria de se recordar. Morreu Romeu Tuma.
Ele passou meses internado, se tratando de insuficiência renal e respiratória em um renomado hospital. Ele também tinha diabetes, problemas cardíacos, estava atado em aparelhos de diálise e respiração artificial. Havia sido submetido a uma cirurgia cardíaca.
Pouco, pouquíssimo sofrimento diante do que ele proporcionou a inúmeros filhos do povo brasileiro que passaram direta ou indiretamente nas suas mãos ao longo de décadas de serviço às forças de repressão do velho Estado brasileiro.
Não nos iludimos com a imagem de um senil de terno e gravata.
Antes de ser o senador de três mandatos, recentemente filiado ao PTB, Tuma pertenceu aos quadros do PFL de Antônio Carlos Magalhães.
Desde meados dos anos de 1950 Romeu Tuma era quadro das forças policiais e entre 1964 e 1985 foi o “Xerife”, macabro nome frio adotado por ele durante o gerenciamento militar-fascista.
Entre 1977 e 1983, ele foi nada mais nada menos que diretor-geral do Departamento de Ordem Política e Social – Dops de São Paulo: antro de tortura e assassínio de militantes revolucionários que se batiam contra o regime fascista, pela libertação de nosso país, pelo socialismo, o mesmo lugar onde atuou o famigerado Sérgio Paranhos Fleury.
Foi acusado de participar da estrutura pusilânime que ocultou cadáveres de militantes revolucionários mortos sob tortura nos cemitérios de Perus e da Vila Formosa, em São Paulo, na década de 70.
O Ministério Público Federal recomendou, em novembro de 2009, que Romeu Tuma perdesse suas funções públicas e/ou aposentadorias devido aos crimes de lesa-humanidade dos quais era acusado.
Em maio deste ano, o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal de São Paulo, concluiu que Romeu Tuma estava ciente das ocultações de corpos de militantes revolucionários praticadas pelo Dops e pelo Doi-Codi.
Nomeado pelo general Figueiredo como superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Tuma, durante o gerenciamento Collor, se encarregou do sumiço de arquivos dos órgãos de repressão do gerenciamento militar antes de serem tornados públicos.
Este foi Romeu Tuma, que durante três longos mandatos como senador manteve-se atado ao velho Estado, sugando do erário, após décadas de serviços prestados à reação. Morreu sem ser publicamente julgado e condenado, sem que se faça justiça pelos tantos filhos do povo que seviciou.
Fonte: http://www.anovademocracia.com.br/
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