LIBERDADE PARA RUSSO












Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
Seção Brasil - Coordenação América Latina da ILPS



Liberdade para Russo

No dia 04 de fevereiro de 2005, a juíza Fabíola Cristina Inocêncio, da 1.ª Vara Criminal da Comarca de Jaru, Estado de Rondônia, indeferiu pedido do Ministério Público, que requeria a imediata soltura do camponês Wenderson Francisco dos Santos (Russo), injustamente preso em regime fechado já há mais de 2 anos.

Russo foi preso em 2003 junto com outros dois camponeses, Edilberto Resende da Silva (Caco) e Joel Gomes da Silva (Joel Garimpeiro), da Liga dos Camponeses Pobres, acusados pela morte de um pistoleiro, odiado em toda a região por fazer o trabalho sujo para o latifundiário, grileiro e ladrão de madeira, Antônio Martins Santos, o "Galo Velho" proprietário da Leme Empreendimentos. Esta empresa é conhecida por grilagem de terras, e foi denunciada no Livro Branco da Grilagem de Terra.

Vale lembrar que nesse período, final de 2003, mesmo os "assentamentos" de camponeses em pequenos lotes, cercados por latifúndios por todos os lados, que os militares e os governos burgueses Sarney, Collor e FHC chamavam de "Reforma Agrária", estavam completamente paralisados na gerência oportunista do governo Lula/FMI. Neste período, latifundiários sem serem incomodados pelas autoridades, anunciaram e levaram a cabo a criação de milícias armadas, como no Norte de Minas, com declarações públicas do presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, Alexandre Viana. Registrou-se um aumento do assassinato de camponeses em luta pela terra. Da mesma forma que seus antecessores, o governo Lula/FMI tratou as vítimas como criminosos, como demonstraram as prisões políticas de Russo, Caco e Joel em Rondônia e José Rainha em São Paulo, para citar somente alguns e as investidas policiais para cumprir mandados de reintegração de posse.

Após uma intensa campanha de denúncias e mobilizações Caco e Joel foram libertados. No entanto, Russo continua preso. Russo ficou preso acusado por um crime supostamente cometido 4 anos antes, uma briga de bar, que foi sorrateira e covardemente classificada como tentativa de homicídio para justificar uma condenação a 3 anos e 3 meses. Russo já teve de se livrar de várias tentativas de homicídio na cadeia, armadas por latifundiários e autoridades, e frustradas também pela solidariedade dos outros presos que lhe reconhecem o caráter e o compromisso com a luta popular.

Além das tentativas de assassinato, Russo teve que enfrentar as manobras do latifúndio que, utilizando-se dos serviços da OAB de Rondônia, tentou confundi-lo a respeito da seriedade e lisura de seu defensor, o advogado Ermógenes Jacinto de Souza. Representantes da OAB de Rondônia estiveram, recentemente, na prisão e em conversa com Russo atacaram a dignidade profissional de Ermógenes de Souza acusando-o de protelar a libertação de seu cliente. É essa mesma OAB, que nada faz para impedir as torturas nas prisões, os assassinatos de camponeses pobres e as ameaças de morte já feitas contra o advogado (que deveria ser defendido no exercício legítimo da profissão), que se presta agora, a este serviço sujo.

Depois de cumprir mais de 1/3 da pena, como reconheceu o próprio Ministério Público, Russo teria o direito de sair da prisão, não fosse a suspeita decisão da juíza que o manteve trancafiado. Não resta dúvida de que Russo está preso por ser camponês pobre em luta pela terra. Está preso por ser militante da Liga dos Camponeses Pobres. Trata-se de prisão política pura e simplesmente.

O Cebraspo – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e a ILPS - Liga Internacional de Luta dos Povos (Coordenação América Latina) solidariza-se plenamente com Russo e soma-se aos que exigem sua imediata libertação!

Por favor, enviar mensagem exigindo a aprovação do Habeas Corpus e a libertação do camponês Russo para:

Ministro Hélio Quaglia Barbosa
STJ – Superior Tribunal de Justiça
Processo: RHC 17526 UF:RO Registro:2005/0051182-9
E-mail: ab@stj.gov.br / abenildo@stj.gov.br

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