ATO EM DEFESA DA POSSE DA FAZENDA SANTA ELINA PELOS CAMPONESES



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Ato em defesa da posse da fazenda Santa Elina pelos camponeses.

Dia 1° de julho, sexta-feira, às 16:00h, no Largo da Carioca, Centro do Rio
 
No dia 9 de agosto de 1995 ocorreu um episódio que marcaria para sempre a história da luta pela terra em nosso país. Trata-se da Batalha de Santa Elina – também conhecida como massacre de Corumbiara (Estado de Rondônia). Naquela data, cerca de 600 famílias, que ocupavam parte da fazenda Santa Elina, foram atacadas na madrugada pela polícia militar e por pistoleiros dos latifundiários, vestindo fardas da PM. Militares e pistoleiros, fortemente armados, cercaram os camponeses matando 11 deles, dentre os quais a menina Vanessa de sete anos. Centenas de famílias foram feitas prisioneiras e grande número de camponeses foram barbaramente torturados. Dentre os camponeses que resistiram ao ataque, o companheiro Sérgio Rodrigues, após ser ferido por tiros da polícia, foi espancado e, posteriormente, seqüestrado. Seu corpo, com as marcas das sevícias, foi encontrado após dezoito dias, à beira de um riacho no município de Chumpiguaia.

Logo após o fato, que teve ampla repercussão nacional e internacional, o então candidato Luis Inácio foi até Corumbiara e prometeu que, caso eleito, desapropriaria a fazenda Santa Elina e entregaria a terra aos sobreviventes do massacre. Em oito anos de governo, entretanto, nada fez. Em agosto de 2007 as famílias de Santa Elina chegaram a ficar 23 dias acampadas em Brasília, e Luis Inácio sequer as recebeu. Tal como aconteceu no caso de Eldorado dos Carajás (Pará), em Santa Elina os camponeses seguiram sem a terra e seus carrascos continuam impunes.


A Santa Elina é do Povo!


Cansados das promessas do velho Estado burguês-latifundiário, em 11 de maio de 2008, 250 famílias organizadas pelo Comitê de Defesa das Vítimas de Santa Elina (CODEVISE) e pela Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental retomaram com suas próprias mãos o que é seu por direito: a Fazenda Santa Elina. Após serem despejadas, as famílias retornaram para a terra em julho de 2010 e de lá não saíram mais. Desde então, já distribuíram os lotes e iniciaram a produção. Agora, temendo que mais famílias optem pelo caminho combativo, o INCRA diz que desapropriará Santa Elina, mas ignora a luta e organização dos que já estão na terra. É dever dos trabalhadores da cidade apoiar a luta de seus irmãos explorados no campo, apoiar a luta contra esse Estado burguês-latifundiário e defender a construção de uma sociedade com pão, terra, independência nacional e nova democracia para todos os brasileiros!


Terra para quem nela vive e trabalha!

CEBRASPO - CENTRO BRASILEIRO DE SOLIDARIEDADE AOS POVOS

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