SETE TERRORISTAS NORTE-AMERICANOS FORAM MORTOS NO AFEGANISTÃO
















Base Operacional de Chapman, em Khost, Afeganistão


A CIA, A MAIOR REDE TERRORISTA DO MUNDO, SOFRE GRAVE REVÉS

Ju Salinas, de Barcelona

A morte de sete terroristas da CIA e de um agente do serviço secreto jordaniano, em um ataque com explosivos no Afeganistão fechou o ano em que os Estados Unidos sofreram suas maiores baixas nesse país desde a invasão em 2001. Outros seis terroristas norte-americanos saíram feridos do atentado.

Este foi um dos piores ataques sofridos pela rede de terroristas patrocinada pelo governo norte-americano com a finalidade de defender seus interesses político-econômicos. Desde a sua criação, em 1947, a rede terrorista com sede em Langley perdeu infelizmente apenas 90 agentes em ação.

O jordaniano Humam Khalil Abu Mulai al-Balawi, triplo agente (Talibã, USA, Jordânia), portando um uniforme do exército nacional afegão, sob o qual escondia um colete com explosivos, entrou na quarta-feira (30-12-2009) na base Chapman, na província de Khost, e detonou sua carga. Seu ingresso na instalação militar foi facilitado pelo fato de a CIA ter acreditado que ele teria informações valiosas sobre os insurgentes. Em vídeo divulgado na internet, o autor justifica a ação como vingança pelo assassinato do líder dos talibãs paquistaneses, Beitulá Mehsud, morto em agosto em um ataque de um avião não-tripulado. al-Balawi, também conhecido como Abu Duyana, aparece ao lado do novo líder dos talibãs no Paquistão – Hakimulá Mehsud.

A esposa de al-Balawi afirmou que seu marido considerava os Estados Unidos um país inimigo, e que ela se orgulha da missão dele.

A turca Defne Bayrak, casada com o jordaniano Humam Khalil Abu-Mulal al-Balawi, disse duvidar de que ele estivesse trabalhando para a CIA. "Estou orgulhosa do meu marido. Ele realizou uma missão muito importante numa guerra como esta", disse Bayrak, que vive em Istambul, a jornalistas.

"Acho impossível que ele fosse um agente norte-americano. Ele era adversário demais para trabalhar para a América. Ele só pode ter usado a América e a Jordânia para alcançar seus objetivos".

Bayrak é jornalista e já escreveu vários livros, entre eles "Osama bin Laden: Che Guevara do Oriente". Antes, ela havia dito ao jornal Sabah que seu marido provavelmente estava no Afeganistão para realizar estudos médicos, e que estava chocada com a morte dele.

Usando um chador preto, ela disse que soube da morte do marido por meio de um telefonema de um amigo jordaniano no Paquistão, contando que ele havia se explodido numa base da CIA no Afeganistão em 30 de dezembro. O amigo, segundo Bayrak, prometeu enviar o testamento e a última carta de Balawi.

"Nosso último telefonema aconteceu há cerca de quatro semanas, e fizemos contato por meio da Internet há dez dias. Ele me disse que voltaria à Turquia e até solicitaria cidadania turca. Ele continuaria seus estudos médicos aqui".

A Al Qaeda afegã reivindicou o ataque dentro da Base Operacional Avançada Chapman, na província de Khost (sudeste), como sendo uma vingança pela morte de seus líderes. Esse foi o segundo atentado mais letal da história da CIA.

Ex-agentes de inteligência disseram que Balawi, médico jordaniano de origem palestina, foi recrutado pela inteligência da Jordânia para se infiltrar na Al Qaeda e no Taliban.

Sabia-se que ele havia tido ligação com radicais islâmicos no passado, mas as agências norte-americana e jordaniana de espionagem achavam que ele havia sido "desradicalizado" com sucesso.

Bayrak disse ter conhecido o marido quando ele estudava Medicina na Universidade de Istambul. O casal viveu na Jordânia, onde teve duas filhas, antes de voltar para a Turquia, em outubro de 2009.

"Não sou eu quem vai decidir se ele é um mártir ou não. Rezo a Alá para aceitar o seu martírio."

Khost é vizinha à região tribal de Waziristão Norte, no Paquistão, de onde os talibãs e seus aliados lançam ataques através da fronteira. A base de Chapman concentra agentes responsáveis pela coleta e análise de informações contrainsurgentes, bem como pela planificação e execução de missões na região fronteiriça entre o Afeganistão e o Paquistão, entre as quais os ataques com aviões não tripulados (drones) que são usados para bombardear áreas que os invasores consideram como redutos talibãs e que normalmente matam dezenas e dezenas de civis inocentes.

O diretor da CIA, Leon E. Panetta, não forneceu explicações detalhadas. No entanto, sabe-se que pelo menos dois dos sete terroristas eram membros da empresa de assassinos Xe Services, nome atual da sanguinária Blackwater.

São eles:

Dane Clark Paresi, um ex-agente de 46 anos, era funcionário da Xe Services e trabalhava na base americana de Khost (leste do Afeganistão), afirmou sua viúva, MindyLou Paresi, ao jornal News Tribune de Tacoma (estado de Washington);

Jeremy Wise, 35 anos e ex-oficial da Marinha americana, segundo um anúncio fúnebre publicado no jornal Virginia-Pilot da Carolina do Norte.

Suspeita-se que os outros cinco também fossem mercenários alugados pela Xe Services à CIA, já que a CNN, empresa relacionada à Agência, chegou a noticiar que todos os sete trabalhavam para a ex-Blackwater nos sangrentos e lucrativos negócios de guerra.

O ataque encerrou um ano no qual pelo menos 310 soldados dos Estados Unidos morreram no Afeganistão. Desde a invasão desse país, em outubro de 2001, morreram em ação de combate ou em outras circunstâncias pelo menos 949 militares americanos, mas o número das perdas de 2009 é o dobro do registrado em 2008.

Também foi um ano ruim para os aliados dos EUA na operação no Afeganistão. Em 2009, morreram nesse país 107 soldados britânicos, 32 canadenses, 11 franceses, nove italianos e oito poloneses. No total, desde 2001, morreram no Afeganistão pelo menos 1,567 mil soldados dos Estados Unidos e de seus aliados.

O total de baixas das forças estrangeiras este ano foi de pelo menos 520 soldados, comparado aos 295, em 2008, e aos 232, em 2007.

A presença de pessoal das agências de espionagem e operações clandestinas e das forças militares especiais adquiriu mais importância no Afeganistão, onde o presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou uma estratégia de contrainsurgência.

Em abril, Obama ordenou o envio de mais 21 mil soldados ao contingente americano no Afeganistão e, em dezembro, ordenou mais 31 mil adicionais, e com isso haverá no país asiático cerca de 100 mil soldados americanos em meados do próximo ano. Talvez seja justamente pelo espírito carniceiro que Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Talvez a Academia Sueca tenha tido medo de também ser bombardeada.


Comentários

Rafael disse…
otimo blog!
Obrigado, Rafael. Seguimos na luta.
Um abraço,
Zantonc

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