POLÔNIA: PARQUE JURÁSSICO DO CAPITALISMO









LECH WALESA, líder sindical e aventureiro, responsável pela nova Idade Média polonesa

FASCISMO I – Na Polônia, 700 mil pessoas são obrigadas a confessar o passado comunista. Não leitor, você não está enganado, não é nenhum erro de digitação. É isso mesmo, é fato vergonhoso que a mídia esconde. A Polônia, a grande coqueluche dos intelectuais modernosos dos anos 70 e 80, tornou-se vítima de um sistema truculento, medieval, moldado por uma ideologia católica fundamentalista que teve no papa João Paulo II o principal mentor. Aos erros de uma concepção marxista burocrática, afastada do povo e submissa aos interesses da antiga URSS, somaram-se as ações das agências capitalistas norte-americanas e européias e os interesses de uma igreja destituída de qualquer ética.

Abaixo vai transcrita matéria retirada do site da Esquerda.Net:

Jornalistas, professores, funcionários, diretores de escola, e professores universitários nascidos antes de 1972 vão ser obrigados a revelar se alguma vez colaboraram com o regime comunista que vigorou na Polônia até 1989. Estas são as conseqüências da Lei impulsionada pelo governo de extrema-direita, que pretende cruzar esta informação com os arquivos da antiga polícia política. Quem se recusar a responder ou mentir, ficará inibido de exercer a sua profissão durante 10 anos.


Esta lei [aprovada em março-07] obriga centenas de milhares de polacos a responder à seguinte questão: «Colaborou secretamente e conscientemente com os serviços de segurança comunistas?». Após a resposta, o Instituto da Memória Nacional - organismo ao serviço da depuração ideológica anticomunista e cuja missão é também expulsar da administração pública todos os que fizeram parte do antigo sistema socialista - confere a mesma com os dados dos arquivos da antiga polícia política, punindo duramente quem mentir ou se recusar a responder. Uma das campanhas desenvolvidas por este sinistro «Instituto da Memória» é a tentativa de eliminar todas as referências às brigadas polacas que combateram ao lado dos Republicanos na Guerra Civil espanhola, apelidando de «traidores» e “criminosos” mais de 2000 polacos.


Ironicamente, muitos ativistas pró-democracia podem sofrer as conseqüências desta lei. Por exemplo, Andrzev Krawczyk foi detido em Varsóvia em 1982 com folhetos contra o regime. Na prisão, obrigaram-no a assinar um documento de cooperação com a polícia secreta, mas depois arrependeu-se e assegura que nunca colaborou. Agora é um alto funcionário da Administração Pública e terá que apresentar o certificado. "Uma lei anticomunista castiga-me pelo que fiz em favor da democracia durante 25 anos" afirmou Krawczyk, que já teve que se demitir de subsecretário de estado do governo, no mês passado, por acusações de espionagem.


Os polacos esperam agora a decisão do tribunal constitucional e alguns deles tencionam recorrer ao tribunal europeu dos direitos humanos.

O governo polaco de extrema-direita, liderado pelos irmãos Lech y Jaroslaw Kaczynski (Presidente e Primeiro Ministro) tem feito recuar a Polônia a tempos medievais no que respeita aos direitos das mulheres, à atitude em relação à pena de morte e à influência da hierarquia da Igreja no poder político.

O Governo pretende criminalizar o aborto mesmo em caso de violação e perigo de vida para a mulher e acabou com as creches do antigo sistema socialista remetendo a mulher para o papel de ama e dona de casa. A situação chegou ao ponto de um grupo de deputados da área do governo apresentar uma proposta para que Jesus Cristo fosse nomeado "Rei dos polacos".












Papa João Paulo II. Santo de pau oco, cuja missão sagrada foi implodir o socialismo soviético e assegurar novas províncias para os negócios capitalistas


FASCISMO II – O obscurantismo e a intolerância do regime retrógrado construído pela Igreja e pelo mundialmente conhecido sindicato ironicamente intitulado SOLIDARIEDADE abate-se violentamente sobre os homossexuais. A perseguição chegou a tal grau de insanidade que o ministério da Educação polonês quer proibi-los de trabalhar.

A coalizão de direita, católica e nacional que governa a Polônia é formada por três partidos: Lei e Justiça (dos irmãos Kaczynski), Autodefesa (dos meios agrários) e a Liga das Famílias Polonesas. Têm uma inquietante política de volta à ordem moral. Com esse espírito, Roman Giertych**, vice-primeiro-ministro, ministro da educação e chefe da Liga das Famílias Polonesas, apresentou um projeto de lei homófoba. Todos os professores que reconheçam a sua homossexualidade não poderão exercer a profissão. Segundo a proposta de lei anunciada pelo governo de extrema-direita, será proibida a "promoção da homossexualidade e de qualquer outro desvio de natureza sexual nos estabelecimentos de ensino." O não-cumprimento desta lei levará à demissão, à imposição de uma mul ta e à prisão.

(*) Nota: O ministro é filho do deputado no Parlamento Europeu (pela Liga das Famílias) Maciej Giertych que já havia desencadeado uma tempestade de condenações por ter publicado uma brochura anti-semita. Essa afirmava, por exemplo, que "os próprios judeus criam seus guetos" e que "o anti-semitismo não é racismo" . O documento foi divulgado à custa do Parlamento Europeu e usou seu logotipo.

Segundo a Anistia Internacional, mais de 10 mil professores manifestaram-se em Varsóvia no último sábado em protesto contra a lei. Organizações LGBT aderiram à manifestação.

O porta-voz de Justiça, Liberdade e Segurança da Comissão Européia, Friso Roscam, advertiu que a Comissão irá comprovar a compatibilidade da lei com a normativa européia, apontando que a Polônia terá de adequar-se à directiva 2000/76 que impede as discriminações por razões de orientação sexual ou outros motivos descritos no artigo 15 do Tratado da União Européia.

Em comunicado, a Anistia Internacional chama o governo polaco a garantir que todas as pessoas na Polônia, incluindo as crianças, gozem plenamente dos seus direitos de liberdade de expressão, de liberdade da discriminação e de receber informação imparcial; e que proíba qualquer discriminação e garanta a todas as pessoas proteção efetiva contra a discriminação, incluindo aquela baseada na orientação sexual, ou na identidade de gênero.

Recorda-se que a Polônia é um dos poucos países europeus que ainda mantém tropas no Iraque e que proibiu em 1993 o aborto, numa lei semelhante à que ainda está em vigor em Portugal. A extrema-direita quer piorar ainda mais a lei, para proibir o aborto mesmo nos casos em que a vida da mulher grávida possa estar em causa.













Kaczynski, a imagem do demônio , em um ângulo proibido na Polônia


FASCISMO III – Se o Primeiro-Ministro polaco, Jaroslaq Kaczynski, não possui preocupações de natureza ética, não lhe faltam as estéticas. Como todo político oportunista, aprendeu pouco importa ser um bom governante, o fundamental é ter uma boa imagem. No caso, levada ao pé da letra, imagem física, apenas. O aprendiz de Hitler, por conta dessa decepção com a obra do criador, passou a determinar o angula das fotografias. Se o gesto é mesquinho, funciona, no entanto, como símbolo do governo celestial-capitalista da Polônia.


O Primeiro-Ministro polaco, Jaroslaw Kaczynski, proibiu os fotógrafos de registrarem imagens suas visto de perfil. Para evitar que se veja o "duplo-queixo", os repórteres de imagem não poderão colocar-se em posição que lhes permita fotografar o "lado feio" de Kaczynski. Estas "ordens" foram veiculadas pela presidência do conselho de ministros da Polônia aos jornalistas através do "Pressamat" - uma espécie de secretaria de estado para a informação.

Já se fizeram ouvir críticas fortes a esta decisão e algumas acusações de "regresso à ditadura", mas tal não impediu que na última conferência de imprensa Kaczynski estivesse "protegido" por uma fita delimitadora, não permitindo os fotógrafos de se aproximarem para tirar fotografias do "ângulo feio" do político polaco. Mas, mesmo assim, alguns repórteres ignoraram as ordens e furaram o cordão protetor.
Retrato como o que aí está, vai ser difícil de registrar na Polônia


FASCISMO IV – Os três quadros anteriores tornam compreensíveis a subserviência polonesa aos interesses bélicos do Pentágono. Prova incontestável disso é a açodada aceitação em servir de terreno para a implantação do escudo antimíssil concebido pelos Estados Unidos sob a alegação de defender-se de um hipotético e improvável ataque de grupos ou nações islâmicas. Ora, qualquer um sabe que o escudo tem a finalidade de impedir o reerguimento da Rússia e intimidar o crescente poderio da China. Não bastasse isso, para vergonha de toda a humanidade, o governo polonês revelou-se inimigo mortal de todos os muçulmanos, ao permitir o funcionamento de centros de tortura de prisioneiros de guerra pela CIA em seu território.

Abaixo transcrevemos matéria da agência Lusa:

."Temos várias provas, vários indícios e pistas a verificar, mas é ainda demasiado cedo para as divulgar", disse o perito Galasco (principal perito militar da HRW e antigo analista do Pentágono), segundo o qual "há pessoas que participaram e há registros de vôos", sendo possível "reconstituir muita coisa".

"Uma operação desta envergadura - observou - não poderia ser levada a cabo sem que as autoridades polacas dela tivessem conhecimento".

Segundo a organização, houve, certamente, centenas de vôos de aviões da CIA na Europa. Mas, ao passo que as aterragens na base norte-americana de Ramstein, na Alemanha, ou em Amsterdam, podem parecer naturais, que aterrem aviões desses "num pequeno aeroporto polaco sem tráfego e sem infra-estruturas é, no mínimo, bizarro".

A existência de prisões secretas da CIA na Polônia foi firmemente desmentida pelo presidente polaco, Aleksander Kwasniewski.

Quinta-feira, em Bruxelas, a secretária de Estado norte-americano, Condoleezza Rice, deu garantias sobre esta matéria aos seus homólogos europeus, que se declararam "satisfeitos" com as explicações por ela avançadas relativamente à utilização dos aeroportos europeus pelos aviões da CIA.

"Após o meu encontro com a senhora Rice, tenho a certeza de que não houve na Polônia prisões secretas da CIA", declarou o chefe da diplomacia polaca, Stefan Meller, citado pelos "media" locais.

Terça-feira, a cadeia televisiva ABC noticiou que os Estados Unidos detiveram na Polônia, em datas não precisadas, 11 altos responsáveis da organização terrorista Al-Qaida.

Segundo a estação, a CIA transferiu rapidamente para o norte de África todos os suspeitos de terrorismo encarcerados na Polônia, logo que surgiram nos "media" as primeiras notícias sobre estas prisões.


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