Escracho no Rio - Estátua do Ditador Castelo Branco
Movimentos sociais esculacham ditador Castelo Branco no Rio
Na manhã ensolarada deste domingo (29) no Rio de Janeiro, partidos políticos, entidades de direitos humanos, setores
da juventude e ex-presos políticos se uniram para repudiar um dos
momentos mais sombrios da história brasileira, a ditadura civil militar
(1964-1985). Marchando pela orla de Copacabana até o Leme, cerca de
trezentas pessoas esculacharam um monumento que presta homenagem ao
primeiro ditador deste período, o marechal Castelo Branco (1964-1967).
Ao
chegarem até a estátua do ditador Castelo Branco, na praça do Leme, foi
realizada uma mística que relembrou todos os militantes assassinados no
período. A estátua também ganhou uma faixa com os dizeres "Ditador do
Brasil 1964" e, no final, tintas vermelhas foram lançadas, lembrando o
sangue derramado das vítimas. Intercalado por poemas, várias entidades e
familiares de mortos e desaparecidos cobraram punição aos torturadores
do regime militar. Também houve cobranças para que a Comissão Nacional
da Verdade realmente apure todos os crimes da ditadura.
Este é o
quarto esculacho realizado no Rio e o primeiro que reúne pessoas para
contestar a homenagem a uma figura política que participou ativamente do
golpe de 64. “Não podemos permitir que continuemos a homenagear com
nomes de praças, monumentos, ruas, lugares públicos aqueles que
oprimiram, massacraram e torturaram o povo brasileiro”, denunciaram os
articuladores do ato. Eles pedem a extinção de nomes de torturadores ou
representantes da ditadura em qualquer monumento público.
Durante o
seu mandato, Castelo Branco aboliu os treze partidos políticos
existentes no Brasil, promulgou vários decretos-lei e quatro atos
institucionais. É responsável pelo fechamento de centenas de sindicatos,
pela expulsão de quase seis mil militares das Forças Armadas e cassação
de parlamentares eleitos democraticamente.
A organização do ato
foi feita pela Articulação Estadual pela Memória, Verdade e Justiça do
Rio de Janeiro composta pelo Coletivo RJ, Comitê pela Memória, Verdade e
Justiça de Niterói, Consulta Popular, Levante Popular da Juventude,
Grupo Tortura Nunca Mais, MST, Juventude do PT, PCdoB, UNE e Sindicato
Estadual dos Professores de Educação (SEPE).
Fotos: Henrique Zizo/Articulação Memória Verdade e Justiça
FONTE: Consulta Popular
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