A Luta Guarani

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Rafael Gomes disse…
http://anovademocracia.com.br/blog/?p=3165


Professor é assassinado em Rondônia

Renato Nathan Gonçalves Pereira foi executado no dia 10 de abril quando retornava de Buritis para seu sítio em Campo Novo. Segundo moradores da região, ele teria sido parado numa blitz e covardemente assassinado por policiais civis a paisana com três disparos a queima roupa, sendo dois na nuca e um no rosto.
Com 28 anos, o professor Renato era casado e pai de uma menina de 2 anos de idade. Atualmente realizava serviços de topografia em sítios e para instalação de redes elétricas.
Renato trabalhou como professor durante anos e, durante todo esse tempo, ajudou na organização da campanha de alfabetização de jovens e adultos, na construção de escolas e na produção em Buritis. Era admirado pelos amigos e companheiros pelo seu jeito simples e pela incansável dedicação à luta dos camponeses de Rondônia.
Após o bárbaro crime, a moto de Renato foi encontrada com o capacete ainda no guidão, o que leva a crer que ele teria sido rendido e depois executado. Ainda segundo moradores, o motivo de seu assassinato seria uma provável vingança contra a morte de um agente penitenciário e um policial civil alguns dias antes. Segundo informações, os policiais, a mando de latifundiários e grileiros de terra, estariam envolvidos em vários crimes e assassinatos de camponeses em Buritis.
A imprensa de Rondônia em peso repercutiu uma espécie de “release” (que parece ter sido elaborado pela própria polícia ou a seu pedido) desqualificando Renato por sua vinculação com a luta camponesa. Destila absurdos como o que pretende relacionar o fato de Renato ser conhecido como “professor” comprovar que ele era um dos “articuladores” da Liga dos Camponeses Pobres. Ainda segundo tal matéria caluniosa, na casa de Renato teria sido encontrado “material com táticas de guerrilha”. E o que mostram as coisas fotografadas? Livros legalmente publicados, alguns há mais de 30 anos, outros há séculos, livros de cartografia… É esse tipo de jornalismo, salvo raras exceções, a soldo da polícia e do velho Estado o que se pratica em Rondônia.
Organizações de defesa dos direitos do povo, como o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo), além da própria Liga dos Camponeses Pobres, denunciam que tanto o assassinato de Renato como a divulgação de mentiras na imprensa visam fornecer o pretexto para que o velho Estado se lance na repressão desenfreada ao movimento camponês combativo, que vem resistindo às contínuas tentativas de despejo e criminalização por parte de agentes do Incra, Ouvidoria Agrária e outros órgãos do velho Estado.

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