Sede de sindicato dos trabalhadores da USP sofre atentado


Testemunhas viram PM e Guarda Universitária rondando a sede do sindicato, que nesta quinta-feira, 12 de janeiro, de manhã estava com documentos revirados e com todos os botões do fogão industrial abertos com vazamento de gás
Na última quinta-feira, dia 12 de janeiro, três dias depois do ataque da PM e da guarda universitária contra o espaço estudantil, os funcionários do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) se surpreenderam com os cadeados de salas estourados, papéis internos da entidade lançados no chão e o mais perigoso, os botões do fogão industrial abertos com intenso vazamento de gás. Testemunhas viram a PM e a guarda universitária rondando a sede do sindicato.

É um ataque para criar um clima de terror entre os que se opõem à política de Rodas e do governo Alckmin.

Fica evidente que a polícia não está na USP para garantir a segurança de ninguém. Pelo contrário, é uma ameaça. 

O que mais vão fazer? Como no norte do País em que os professores e estudantes grevistas receberam bilhetes de ameaças, homens encapuzados em suas casas? 

As denúncias contra os policiais militares surgem diariamente. O caso que envolveu o menino Juan, baleado em uma operação policial e que permaneceu desaparecido por 16 dias expôs o massacre da polícia em nome do combate ao tráfico de drogas. No interior de São Paulo, em 2007, o adolescente Carlos Rodrigues Júnior que foi torturado e morto em casa, em seu próprio quarto mostrando a ação da polícia militar brasileira. 

Esta brutalidade é utilizada como método comum, se tornando um fato social no Brasil, apesar de toda a imprensa tentar apresentar esses fatos como isolados e supostamente condenados pela própria polícia.

Agora Rodas orienta a ação da polícia militar dentro da cidade universitária. O espaço estudantil foi fechado pela PM sem nenhum mandado judicial, mas apenas com a palavra do reitor-interventor.
O Sindicato dos Trabalhadores da USP se posicionou em defesa dos estudantes e estava presente quando o estudante Nicolas Meneses foi ameaçado com armas em punho por um PM. Os diretores do sindicato também acompanharam uma estudante grávida de cinco meses que foi agredida pela guarda universitária para fazer um Boletim de Ocorrência.

Durante a greve dos funcionários da USP, Rodas fez uma imensa campanha de calúnias contra eles para tentar esmorecer o movimento.

Mais de 20 diretores estão sofrendo processo por ações políticas dentro da USP como piquetes de greve.

A partir do convênio USP–PM, a guarda universitária passou a auxiliar a ação da polícia. Uma guarda que já agia perseguindo os estudantes e procura inibir as atividades do movimento estudantil, como a distribuição de panfletos e colagem de cartazes. Além de intervirem reprimindo as festas e a vendas/consumo de bebidas alcoólicas. Ronaldo Pena, diretor de Operações e Vigilância da Prefeitura chefia a guarda e é delegado de polícia.

É importante ser esclarecido o caso e desde já a reitoria da USP e Rodas serão considerados responsáveis por qualquer violência ou acidente contra o funcionários, professores e estudantes que participam do movimento de luta em defesa da universidade pública.

Leia o comunicado do Sindicato dos trabalhadores da USP

COMUNICADO SINTUSP URGENTE

Criminosa tentativa de sabotagem no SINTUSP 

Nos últimos dias a USP, novamente foi palco de cenas lamentáveis de violência decorrentes da ação truculenta e racista da Policia Militar e da Guarda Universitária contra os estudantes que se encontravam no espaço do DCE - Diretório Central dos Estudantes da USP, violência que só cessou com a chegada de diretores do SINTUSP e após acirrada discussão com os policiais e guardas universitários.

Este foi o último capitulo de uma tragédia anunciada pela assinatura de um convênio que perpetua a PM, como parte de uma verdadeira ofensiva repressiva feita por parte da reitoria e do governo através de processos administrativos, criminais e ações de espionagem contra os diretores e ativistas do SINTUSP e a estudantes que lutam em defesa de uma educação pública, de qualidade e para todos.

Ao longo de anos de luta o SINTUSP tornou-se reconhecido por sua trajetória de luta em que se empenhou junto aos estudantes, intelectuais conscientes e críticos ao projeto privatista de universidade na defesa de melhores condições de trabalho e estudo para os trabalhadores terceirizados, os setores mais explorados e, por tudo isso angariando inimigos oriundos dos setores mais conservadores e reacionários da universidade e da sociedade que vêm em nosso sindicato um obstáculo aos seus interesses e, que, portanto, deve ser combatido.

Por tudo isso, viemos por meio deste dar conhecimento a todos de fatos graves que necessitam ser denunciados: No dia 12/01/2012, ao iniciar seu funcionamento dois funcionários do SINTUSP constataram que, mesmo com os cadeados fechados e a vistoria feita no dia anterior, havia um forte cheiro de gás no local. Qual não foi sua surpresa quando identificaram que havia um enorme vazamento de gás na cozinha do sindicato em virtude de que todos (!!!) os botões do fogão industrial da entidade encontravam-se abertos. Além disso, uma das salas que contém documentos de uso interno foi encontrada com evidências nítidas de arrombamento, com pastas de documentos derrubadas pelo local.

Destacamos ainda que no final da tarde de ontem estranhamente foram vistos pelos funcionários e estudantes nos arredores do sindicato vigilantes da empresa EVIK e policiais à paisana. 

Os funcionários do sindicato foram registrar Boletim de Ocorrência na Central de Segurança da USP e na 93a. Delegacia de Polícia / Butantã.A diretoria do SINTUSP encaminhou oficio á reitoria comunicando os fatos.É importante ressaltar que os cadeados e fechaduras do sindicato não se encontravam arrombados. Lembramos que tudo isto ocorre após a publicação de seis páginas da Revista Fórum de Janeiro sobre a USP, com matéria apresentando documentos que a Revista teve acesso com relatórios de agentes infiltrados sobre reuniões da diretoria do sindicato, das Associações dos Docentes da USP, além de inúmeras reuniões e Assembléias de Estudantes e Funcionários, além de monitoramento de médicos e funcionários do Hospital Universitário e até de diretores de unidades.

Até o momento não foi constatada a perda ou furto de nenhum objeto de valor, o que evidencia que esta atitude criminosa que colocou em risco a vida dos funcionários do Sintusp, dos diretores e da comunidade universitária que freqüenta este espaço só pode ser explicada por motivações políticas. Denunciamos esta criminosa atitude de ataque ao SINTUSP, e responsabilizamos a reitoria e o governo pela integridade física dos militantes, funcionários e membros da comunidade universitária e estamos encaminhando este comunicado à comunidade universitária, entidades, parlamentares e á imprensa.

FONTE: PCO 

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