GREVE DOS GARIS



 Sob  a alegação de que a paralisação “atinge atividade essencial”, a desembargadora Glória Regina Ferreira de Mello, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, decidiu que sejam assegurados os serviços de limpeza e marcou para hoje uma audiência de conciliação. Na verdade, ela apenas protocolou uma decisão padronizada da Justiça de classe, segundo a qual todas as greves são ilegais e para que sejam aceitas é necessário que não haja paralisação das atividades. Ou seja, o DIREITO DE GREVE NÃO É PLENO NO BRASIL. A classe trabalhadora é aterrorizada por decisões judiciais que correspondem apenas aos interesses das classes dominantes. O problema que a burguesia vai ter que enfrentar daqui para frente é simples: os trabalhadores já sabem muito bem para que serve a justiça.
O presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro, Luciano David de Araújo, disse que até às 14 horas a entidade não recebeu a notificação da decisão judicial. Segundo o sindicato, dos 16 mil garis cariocas, 80% não estão trabalhando.

Na assembleia de domingo (13), os trabalhadores decidiram pela paralisação por tempo indeterminado. Mas a justiça – constituída para impedir qualquer greve de trabalhador - exigiu o restabelecimento imediato do serviço, com presença mínima de 60% dos trabalhadores, sob pena de multa diária de R$ 50 mil para o sindicato.

O presidente do sindicato confirmou que a coleta de lixo e a varredura de ruas estão suspensas, mas o serviço de limpeza de feiras livres, escolas e hospitais permanece. “A reivindicação dos garis é simples, queremos só o piso estadual de R$ 581,88 e [a prefeitura] está nos oferecendo R$ 534,67. Uma diferença de R$ 47,21 fazendo todo esse impasse”, explicou Araújo. Ele também mencionou como reivindicação o reajuste do auxílio-alimentação, que passaria de R$ 7,93 para R$ 12,00 ao dia. Além disso, exigem o pagamento do adicional de insalubridade de 40% aos operadores de máquinas.

A direção do Sindicato afirma que, desde o começo da greve até o momento, não foi procurada para novas negociações e que esta tarde fará uma reunião para decidir os rumos do movimento.

A Comlurb informou, por meio de nota, que apresentou uma proposta de reajuste com valor maior do que o dobro da inflação, tanto para salários quanto para o vale-refeição. E lembra que no ano passado, a categoria recebeu um aumento de 15%, superior à inflação e mais do que o dobro do reajuste de 7% concedido à época para os demais servidores do município. “A Comlurb espera todos os seus funcionários trabalhando normalmente ainda nesta segunda-feira, caso contrário, poderão ser punidos até com demissões”, ameaça a empresa na nota. E ressalta que acionou a Procuradoria Geral do Município para tomar as medidas judiciais cabíveis e também afirma ter pedido apoio à Polícia Militar para garantir a saída dos caminhões de coleta domiciliar das gerências para que todos os funcionários possam trabalhar normalmente.

O hilário da nota da COMLURB é que o aumento da campanha passada, apresentado como extraordinário, deixou o piso da categoria em ridículos R$ 486,10. 

Segundo o presidente do sindicato, o prefeito do Rio foi avisado da greve na manhã da última sexta-feira (11). Haveria a paralisação caso ele não atendesse as reivindicações. Como a prefeitura não se pronunciou, a greve foi instaurada.

Na sexta-feira, dia 11, cerca de 500 garis fizeram uma manifestação em frente ao prédio da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, na tentativa de marcar uma reunião com o prefeito Eduardo Paes que não manifestou o menor interesse em recebê-los. 

Por que o Sr. Eduardo Paes não os recebeu? Um mistério. Será porque, às vésperas das últimas eleições, fez promessas de campanha idênticas àquilo que, hoje, os garis lutam para obter? Para quem tem memória curta, vale a pena lembrar que o alcaide carioca prometeu aos garis a recuperação das perdas salariais, a igualdade entre o piso da categoria e o salário mínimo do estado e a aplicação do plano de cargos e salários da categoria.

OS GARIS MERECEM A ADMIRAÇÃO E O RESPEITO DA POPULAÇÃO. PENA QUE AS AUTORIDADES NÃO SINTAM O MESMO.

CONFIRAM AS MENTIRAS DE EDUARDO PAZ:



Fonte: Jornal O POVO

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